domingo, 5 de dezembro de 2010

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Por que o PIG e a elite querem acabar com o ENEM?

Desde quando foi implantado, em 1998, o ENEM aumentou o numero de inscritos gradativamente, quebrando o um novo record ano após ano. Criado com a intenção de permitir o ingresso de alunos concluintes e egressos do ensino médio no ensino superior, o concurso tornou-se gratuito para estudantes de escola publicas. Em 2004, o governo Lula instituiu o PROUNI, concedendo bolsas parciais e integrais, através da nota obtida no exame, nas mais concorridas instituições de ensino superior do país. Mais de 700 mil alunos já foram beneficiados pelo programa, desde a sua implantação.


O Inep, órgão responsável pelo desenvolvimento e coordenação do Exame, desde o inicio tem tido o apoio de grande parte das instituições e da comunidade de especialistas educadores. O paradigma do ENEM é universal. Paises europeus aderem um sistema similar. Barack Obama, presidente dos Estados Unidos, entrou em Havard após passar num concurso semelhante ao ENEM, conhecido por lá como SAT.


Na gestão de Fernando Haddad, ministro da Educação, o FIES passou a dispensar fiador. E, se o aluno cursar Medicina ou se tornar professor de escola pública, não paga o financiamento. O aluno pode fazer a prova em qualquer uma das 1.600 cidades e se qualificar para estudar em qualquer faculdade do país. E ainda, não precisa se preparar em cursinho para se qualificar em currículos de vestibulares diferentes. O ensino médio basta para levá-lo a uma universidade, desde que passe pelo ENEM. O Exame é mais barato, mais racional: comparam-se as médias, e o aluno aprovado escolhe para onde quer ir cursar a sua faculdade.


Ano passado, um exemplar da prova do ENEM vazou dias antes ser aplicada. Uma nova data foi marcada para aplicação do exame. A credibilidade do ENEM tornou-se questionável. Mas o concurso foi realizado com segurança e os direitos dos estudantes foram assegurados. Este ano, (com uma nova gráfica) houve mais de quatro milhões e seiscentos mil inscritos, com cerca de 3,3 milhões compareceram. Mais um record batido. Porém, alguns problemas ganharam repercussão na grande mídia. Boa parte dos estudantes reclamou da fiscalização das provas. Havia gente twitando nas salas, segundo afirmativa de alguns. No entanto, o que tornou o ENEM a “pauta principal” dos noticiários nacionais foram os erros de impressão da gráfica responsável pela impressão. O gabarito da prova branca apareceu no meio do caderno de provas amarelo. Os títulos das folhas de resposta estavam invertidos. Em outros casos, o caderno amarelo não tinha 90 questões. De acordo com o MEC (Ministério da Educação), o problema ocorreu em menos de 1% do total das provas, totalizando cerca de 20 mil cadernos. A situação virou processo judicial. A suspensão do Enem foi determinada no dia 8 de novembro. Na decisão, a juíza federal Karla de Almeida Miranda Maia, da 7ª Vara Federal, se baseou no argumento de que o erro da impressão das provas prejudicou os candidatos.


O ministro Haddad se mobilizou para garantir que o exame não seria cancelado, apenas seria refeito pelos estudantes prejudicados ( 0,2%). Tamanho esforço, sustentado pela argumentação de que não havia necessidade de refazer todo o processo seletivo, surtiu efeito, pois o desembargador Luiz Alberto de Farias derrubou a decisão que suspendia o ENEM. O MEC divulgou os gabaritos na sexta, dia 12. O inep disponibiliza no site do órgão, o requerimento para correção invertida do cartão-resposta da prova de sábado.


É admissível que o ENEM precise de melhoria na política de coordenação, para retocar sua credibilidade e para se evitar casos como estes que inclusive ocorrem com vestibulares de várias universidades, mas não se tem tanta repercussão como o ENEM. Por que será?


O Exame Nacional do Ensino Médio é um concurso importante da agenda educacional brasileira, pela sua contribuição para a reorganização e reforma do currículo do ensino médio, democratização do acesso ao ensino superior e, em última instância, melhoria da qualidade da educação básica.


O PIG - Partido da Imprensa Golpista - tratou um assunto como um “terceiro turno” das eleições. Mediu o caso com a régua da política. Construiu um pilar de sustentação da oposição frente ao próximo governo. O interesse da elite é que o ENEM seja extinto. E a grande mídia representa a elite. Há um jogo de interesse econômico, cuja regra é tratar a educação como mercadoria. A burguesia preconceituosa não aceita a inclusão de pobres nas universidades, onde antes só estudava rico, burguês. Um estudante pobre e preto estudando Medicina é uma ofensa para a elite branca conservadora...


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