quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

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O contraste entre política e politicagem

Em ano de eleição municipal, as discussões acerca da disputa eleitoral se acentuam. A efervescência dos debates (e das bajulações) aumenta à medida que se aproxima a data das convenções partidárias, quando se legitima as candidaturas. Em Conceição do Coité, onde há uma disputa historicamente bipolar, tal conjuntura é evidente em ano eleitoral.
Oposição e situação se articulam para definir estratégias e logísticas de campanha, enquanto as especulações são disseminadas pela opinião pública e imprensa. Nos bares, praças, barbearias, escolas, nas redes sociais, em tempo de eleição, a “política”, é sem dúvida o tema mais comentado. Mas, é importante salientar que há uma disparidade gigantesca entre debater sobre política e a prática da politicagem, por vezes confundidas por leigos no assunto, literalmente.
A política surgiu na Grécia Antiga, entre outros fatores a partir da organização das pólis (cidades-estados) como forma de governo, de administração, num período em que o pensar racional prevaleceu sobre o pensar mítico. Por isso debater projetos, discutir idéias, posições e convicções ideológicas, é de fato, falar de política no sentido denotativo da palavra. Já politicagem é diferente, pois segundo o dicionário Aurélio, significa política reles e mesquinha de interesses pessoais; Atos de politiqueiros. Ou seja, quando os interesses pessoais estão em jogo, as conveniências prevalecem. O ser humano é conveniente por natureza. Convenhamos que numa disputa eleitoral na esfera municipal, o fanatismo político partidário faz emergir ou propicia a muita gente à praticidade da politicagem: a propagação das bajulações, criticas pessoais infundadas e descabidas, boatos mesquinhos, é perceptível a cada quatro anos, sem isentar lado ou grupo político. A disputa do pleito torna-se acirrada, dentre outros motivos, justamente pela politicagem, em detrimento ao debate de idéias. Outro ponto não menos relevante, é a comparação das eleições ao uma final de futebol, com torcidas fanáticas que vibram e xingam como se estivessem num estádio. Ainda os politiqueiros se vêem como tribos rivais nos primórdios das civilizações, brigando por um terreno fértil e abundante, metaforicamente.
Espero, enquanto cidadão coiteense que a campanha deste ano, de modo geral, seja essencialmente construída por mais debates de idéias e propostas, e de menos politicagem, embora seja quase uma utopia. Vamos esperar. Entretanto, é melhor uma boa surpresa do que uma expectativa frustrada