ARTIGOS

POEMA:

A poluição


A poluição está crescendo
Se a gente não ajudar
O mundo vai acabar
E ninguém vai restar

A natureza é linda e perfeita
Vamor cuidar dela com amor
Seja consciente e conserve
o que Deus criou

Nós venceremos
com garra e dedicação
Salvar a natureza
da grande poluição

Todos com alegria
Livrar o planeta dessa agonia
libertando da poluição
os rios, com sabedoria

Vamos com amor
vamos com gratidão
ajudar o planeta
pela nossa nação.

Ludmila Carneiro, estudante da 4ª série (sobrinha do blogueiro)

FRASES:

Podemos agora fingir que nada disso aconteceu e que nenhuma dor traiu a nossa força. Sairmos descarados com o fingimento na ponta da língua. Mas, se você gosta de um bom teatro, eu me tornei fã da realidade.

Você está vivo. Esse é o seu espetáculo. Só quem se mostra se encontra. Por mais que se perca no caminh
o.
                                                                                      
                                                                       Thaysle Silva, estudante -Valente BA

"As nossas escolhas e renuncias implicam no que chamamos de felicidade"

                                                                           Teones Araújo, comunicólogo
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ARTIGOS:



POEMAS

Fernanda Silva, estudante do  8º semestre de Letras da UNEB , CAMPUS XIV, COITÉ -BA


 Senzala do Conhecimento

Professor desqualificado de literatura
É como capataz
Pega a disciplina no mato,
Bota algemas nas mãos e nos pés do autor,
Venda os olhos do leitor,
Prende a literatura num tronco
E espanca com seu chicote.

A disciplina fica batida...
São só datas, vida e obra do autor.
Aí acaba, faz uma prova
Todo mundo decora os dados, tira uma nota boa
E todos vivem felizes para sempre...
(menos o pobre do autor que foi espancado)
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 2- Sete sentidos de uma mãe:
1-    Visão: sempre sabe que horas você chegou em casa;
2-    Olfato: sente o cheiro da mentira a quilômetros;
3-    Paladar: tem gosto em sempre mandar a gente fazer alguma coisa;
4-    Tato: adora puxar nossa orelha e apertar nossa bochecha;
5-    Audição: está sempre ali pra ouvir nossas frustrações;
6-    Adivinhação: sabe o que você está procurando mesmo sem você dizer uma só palavra, e o incrível é que ela sempre sabe onde está;
7-    Proteção: se pudesse te enrolava todo com algodão e atadura antes de você sair de casa. ___________________________________________________ 
Dentro, fora

Estudante, bicho confuso
Gasta tanto tempo
Fazendo pré-vestibular
Quer entrar pra academia
Custe o preço que custar

Quando passa
Que maravilha
Minha vida tá ganha
Agora é só comemorar!

Mais aí vêm os problemas
Trabalho até as orelhas
Vamos ter que rebolar

Aí é que ele percebe
Que entrar foi até fácil
Permanecer é uma barra
O difícil mesmo é sair de lá
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Globalizacerebrização

Eu moro aqui no interior da Bahia
O que é que eu tenho a ver
Com o que acontece lá no Cazaquistão

Essa coisa de TV, internet
A gente sabe até
O que não quer saber

Mania de Globalização
Quem disse que eu quero fazer tudo igual
A um norte-americano?

Tenho meus costumes
Amo minha terra
Gente muito boa
Todo mundo se conhece

Mas que mania boba
De bater papo no msn
Se a melhor amiga
Mora ali na outra rua

Verificar e-mail?
Essencial
Ir à casa de um amigo hoje?
Pra quê? amanhã ele ta lá de novo

Só que na vida tudo se acaba
Um e-mail?
O Ctrl+B salva
E o tempo perdido
Que há de ser?
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Equívoco


Errar
Sempre acontece
Coisas da vida
Surgem feridas na alma
Mas o que difere
É a maneira como você supera

Errar
Todo mundo precisa
Corrigir trata a ferida

Acertar
Dê uma nova chance a si mesmo
Para viver
Não significa que não vais errar outra vez
Mas é preciso aprender
     
        A conviver
                      Com você

Errar
Na é só perecer

É aperfeiçoar a eterna construção
Do inacabado  ser
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FERNANDA SILVA
              








 
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Obrigado, Lula
Nunca antes na história deste país um metalúrgico havia ocupado a presidência da República. Quantos temores e terrores a cada vez que você se apresentava como candidato! Diziam que o PT, a ferro e fogo, implantaria o socialismo no Brasil.
Quanta esperança refletida na euforia que contaminou a Esplanada dos Ministérios no dia de sua posse! Decorridos oito anos, eis que a aprovação de seu governo alcança o admirável índice de 84% que o consideram ótimo e bom. Apenas 3% o reprovam.
O Brasil mudou para melhor. Cerca de 20 milhões de pessoas, graças ao Bolsa Família e outros programas sociais, saíram da miséria, e 30 milhões ingressaram na classe média. Ainda temos outros 30 milhões sobrevivendo sob o espectro da fome e quem sabe o Fome Zero, com seu caráter emancipatório, a tivesse erradicado se o seu governo não o trocasse pelo Bolsa Família, de caráter compensatório, e que até hoje não encontrou a porta de saída para as famílias beneficiárias.
Você resgatou o papel do Estado como indutor do desenvolvimento e, através dos programas sociais e da Previdência, promoveu a distribuição de renda que aqueceu o mercado interno de consumo. O BNDES tornou as grandes empresas brasileiras competitivas no mercado internacional. Tomara que no governo Dilma seja possível destinar recursos também a empreedimentos de pequeno e médio porte e favorecer nossas pesquisas em ciência e tecnologia.
Enquanto os países metropolitanos, afetados pela crise financeira, enxugam a liquidez do mercado e travam o aumento de salários, você ampliou o acesso ao crédito (R$ 1 trilhão disponíveis), aumentou o salário mínimo acima da inflação, manteve sob controle os preços da cesta básica e desonerou eletrodomésticos e carros. Hoje, 72% dos domicílios brasileiros possuem geladeira, televisor, fogão, máquina de lavar, embora 52% ainda careçam de saneamento básico.
Seu governo multiplicou o emprego formal, sobretudo no Nordeste, cuja perfil social sofre substancial mudança para melhor. Hoje, numa população de 190 milhões, 105 milhões são trabalhadores, dos quais 59,6% possuem carteira assinada. É verdade que, a muitos, falta melhor qualificação profissional. Contudo, avançou-se: 43,1% completaram o ensino médio e 11,1% o ensino superior.
Na política externa o Brasil afirmou-se como soberano e independente, livrando-se da órbita usamericana, rechaçando a ALCA proposta pela Casa Branca, apoiando a UNASUL e empenhando-se na unidade latino-americana e caribenha. Graças à sua vontade política, nosso país mira com simpatia a ascensão de novos governantes democráticos-populares na América Latina; condena o bloqueio dos EUA a Cuba e defende a autodeterminação deste país; investe em países da África; estreita relações com o mundo árabe; e denuncia a hipocrisia de se querer impedir o acesso do Irã ao urânio enriquecido, enquanto países vizinhos a ele, como Israel, dispõem de artefatos nucleares.
Seu governo, Lula, incutiu autoestima no povo brasileiro e, hoje, é admirado em todo o mundo. Poderia ter sido melhor se houvesse realizado reformas estruturais, como a agrária, a política e a tributária; determinado a abertura dos arquivos da ditadura em poder das Forças Armadas; duplicado o investimento em educação, saúde e cultura.
Nunca antes na história deste país um governo respaldou sua Polícia Federal para levar à cadeia dois governadores; prender políticos e empresários corruptos; combater com rigor o narcotráfico. Pena que o Plano Nacional dos Direitos Humanos 3 – quase um plágio dos 1 e 2 do governo FHC –tenha sido escanteado por preconceitos e covardia de ministros que o aprovaram previamente e não tiveram a honradez de defendê-lo quando escutaram protestos de vozes conservadoras.
Espero que o governo Dilma complemente o que faltou ao seu: a federalização dos crimes contra os direitos humanos; uma agenda mais agressiva em defesa da preservação ambiental, em especial da Amazônia; a melhoria do nosso sistema de saúde, tão deficiente que obriga 40 milhões de brasileiros a dependerem de planos de empresas privadas; a reforma das redes de ensino público municipais e estaduais.
Seu governo ousou criar, no ensino superior, o sistema de cotas; o ProUni e o ENEM; a ampliação do número de escolas técnicas; maior atenção às universidades federais. Mas é preciso que o governo Dilma cumpra o preceito constitucional de investir 8% do PIB em educação.
Obrigado, Lula, por jamais criminalizar movimentos sociais; preservar áreas indígenas como Raposa Serra do Sol; trazer Luz para Todos. Sim, sei que você não fez mais do que a obrigação. Para isso foi eleito. Mas considerando os demais governantes de nossa história republicana, tão reféns da elite e com nojo do “cheiro de povo”, como um deles confessou, há que reconhecer os avanços e méritos de sua administração.
Deus permita que, o quanto antes, você consiga desencarnar-se da presidência e voltar a ser um cidadão militante em prol do Brasil e de um mundo melhor.


Celibato deve ser extinto?

                 Recentemente, assisti ao programa de reportagem investigativa, apresentado pelo competente Roberto Cabrini da SBT: “Conexão Repórter”. Tratava-se de suspeita de pedofilia, comprovada com gravação de vídeo feita por um dos jovens que sofria abusos sexuais.  Infelizmente, não é novidade, nem é um caso isolado. Mas é pedofilia praticada por padres da Igreja Católica de Arapiraca em Alagoas.  Há casos em todo o mundo e outros no Brasil, o país com maior número de católicos.  Porém a reportagem chamou atenção em diversos aspectos...

                 
                 Roberto Cabrini entrevistou monsenhor Luiz Marques, que negou qualquer envolvimento sexual com crianças e adolescestes. Mas, as imagens comprovam o sacerdote mantendo relações com o jovem Fabiano, ex-coroinha da igreja, que tem hoje 20 anos, e garante ter sido vitima desde os 12. Quando Flavio, amigo de Fabiano, também ex – coroinha e vitima do padre, gravou as imagens, Fabiano estava com 14 anos. Assim ficou caracterizado ato de pedofilia. Ambos desistiram de ser padre, por isso resolveram gravar as cenas de abusos. Outros dois padres também são suspeitos de praticas de pedofilia na cidade. O promotor responsável pelo caso ouviu todos os envolvidos e, diante dos fatos narrados, encaminhou o material à Polícia Civil alagoana e pediu a instauração de um inquérito para apurar a denúncia. Atualmente, a investigação cabe a delegacia especializada em crimes contra a criança.

            
    A reportagem flagrou um advogado identificado como Daniel Fernandes intimidando e até ameaçando os jovens responsáveis pela gravação. Os garotos confirmaram ainda que receberam R$ 32 mil reais do advogado em uma negociação intermediada pelo Monsenhor Raimundo para que não divulgassem as cenas.  Na cidade de Arapiraca, os camelos estão vendendo o DVD do vídeo, depois que as imagens caíram na internet.  Após a reportagem do “Conexão Repórter”, o Vaticano, admitiu haver pedofilia na Igreja católica no Brasil e afastou os padres envolvidos. A CPI da pedofilia do Senado Federal pretende ouvir os pedófilos e abusados.

   Mediante os escândalos de pedofilia e homossexualismo (com menores) envolvendo padres, ações contraditórias à conduta de um sacerdote, pela função que ocupa,  a quem se atribui confiança e credibilidade, sobretudo porque tem a missão de pregar os ensinamentos cristãos e propagar a palavra de Deus, uma questão reflexiva me intriga: por que padre não se casa?

   
                A doutrina que proíbe o casamento de padres (chamada celibato) foi estabelecida na Idade Média, no ano de 1.123, período em que a Igreja detinha forte poder de influencia na sociedade. Queimava pessoas na fogueira da Inquisição, aquelas que se opunham as idéias do clero. Era o momento em que a força política e econômica da Igreja até superava a burguesia e os governos. Cobravam-se indulgências e impostos dos fieis. A explicação para a proibição do casamento dos padres, conta-se, que a Igreja não queria gastar mais dinheiro, pois com mulher e filhos seria muito mais caro bancar os padres. Se divorciasse seriam mais gastos para os cofres da Igreja. Quando o padre morresse os bens dele ficariam com os familiares. Assim seria prejuízo para a Igreja Romana. Um pretexto arcaico, mantido até os dias atuais. A Igreja gasta milhões com indenizações para as famílias de crianças abusadas em sentenças de pedofilia.  

                  O argumento defendido pelos que são a favor do celibato é que os padres têm que se dedicar totalmente a sua missão religiosa, como forma mais elevada de servir a Deus, sem ter outras preocupações, seguindo o exemplo de Cristo, que foi celibatário. Mas segundo a bíblia, os sacerdotes podiam casar-se, já que Pedro tinha esposa (Marcos 1, 29-30). Há também igrejas católicas de ritos orientais, unidas ao papa, que não exigem o celibato de seus padres. Entre essas, estão a Igreja Melquita e a Igreja Maronita.

 
                 Leonardo Boff, teólogo, escritor e professor emérito da UERJ, em artigo divulgado no jornal Estadão, afirma que os padres pedófilos envergonham os católicos. Boff defende com veemência o fim do celibato, explica como é realizada a formação dos seminaristas em relação à sexualidade e critica a postura conservadora, patriarcal da Igreja mantida pelo papa Bento XVI:

                É pouco dizer que a pedofilia envergonha a Igreja. É pior. Ela representa uma dívida impagável com aqueles menores que foram abusados sob a capa da credibilidade e da confiança que a função de padre encarna. (...) Sabemos como é insuficiente a educação para a integração da sexualidade no processo de formação dos padres. Ela é feita longe do contato normal com as mulheres, o que produz certa atrofia na construção da identidade. As ciências da psique nos deixaram claro: o homem só amadurece sob o olhar da mulher e a mulher sob o olhar do homem. Homem e mulher são recíprocos e complementares. (...) O escândalo da pedofilia se constitui num sinal dos tempos atuais. Do Vaticano II (1962-1965) aprendemos que cumpre identificar nos sinais uma interpelação que Deus nos quer transmitir. Vejo que a interpelação vai nesta linha: está na hora de a Igreja romano-católica fazer o que todas as demais Igrejas fizeram: abolir o celibato imposto por lei eclesiástica e liberá-lo para aqueles que vêem sentido nele e conseguem vivê-lo com jovialidade e leveza de espírito. Mas essa lição não está sendo tirada pelas autoridades romanas. Ao contrário, apesar dos escândalos, reafirmam o celibato com mais vigor. Por que a Igreja romano-católica não dá um passo e abole a lei do celibato? Porque é contraditório com a sua estrutura. Ela é uma instituição total, autoritária, patriarcal e altamente hierarquizada. Ela abarca a pessoa do nascimento à morte. O poder conferido ao papa, para uma consciência cidadã mínima, é simplesmente tirânico. O celibato implica cooptar o sacerdote totalmente a serviço, não da humanidade, mas desse tipo de Igreja. Ele só deverá amar a Igreja. Enquanto essa lógica perdurar, não esperemos que a lei do celibato seja abolida. Ele(celibato) é muito cômodo para ela (igreja).”

                             
               
                   A doutrina do celibato pode ser modificada, por se tratar de uma norma elaborada pelo papa. Enquanto não mudar, os culpados têm que ser punidos pelos seus erros. Mas em alguns casos, os padres acusados ou suspeitos são transferidos de paróquia. Medida que não resolve o problema. São milhares de padres no Brasil, a maioria tem uma conduta ética, correta, pautada pelos princípios cristãos. Portanto, os casos de pedofilia não podem condenar todos, toda a Igreja. Embora seja difícil não atribuir descrédito à instituição católica.

                  Enquanto o Vaticano mantiver essa postura conservadora do Papa Bento XVI (Josefh Ratzinge), não conceder o direito opcional de o padre casar, abolindo o celibato, e se não mudar alguns aspectos do processo de formação de padres, conforme defende Boff, a igreja católica vai perder cada vez os fiéis e casos como estes de Arapiraca vão aparecer e provocarão mais escândalos, afetando a imagem e o conceito da Igreja.   

                  Há quem afirme que o celibato não é causa da pedofilia, alegando que também é uma ação criminosa praticada por indivíduos que não são celibatários. Um argumento que não justifica.  Certamente os crimes de pedofilia na Igreja seriam muito menos se o padre tivesse o direito de ter a sua esposa, tal como os pastores evangélicos têm e os sacerdotes de outras vertentes católicas já citadas, para assim realizar os desejos naturais de um homem comum e não se aproveitar das crianças inocentes e da confiança que os pais lhe depositam.

                  A igreja que se renovou em alguns aspectos, que pediu perdão a humanidade pelos seus pecados da Idade Média, que defendeu os direitos do povo brasileiro durante a ferrenha ditadura militar, que cumpre um papel político-social importante na sociedade através das suas pastorais e da Campanha da Fraternidade da CNBB, fundamentadas pelos princípios de fraternidade, igualdade e solidariedade, enfrenta hoje, talvez, um dos maiores dilemas da sua história: abolir ou não o celibato?




AS PULSEIRAS DA “MODA”: códigos pervertidos

                       Ostentar uma pulseira no braço para a maioria dos jovens é apenas uma forma de acompanhar a moda do momento, seja por vaidade ou pela estética. Mas a nova mania entre crianças e adolescentes do Brasil, as pulseiras coloridas de silicone, criadas na Inglaterra com o nome de snap (algo próximo de rasgar em português), estão deixando pais, professores e autoridades em alerta.
                     O motivo de tanta preocupação está na conotação a códigos sexuais que as cores das pulseiras transmitem. Cada cor significa um grau de intimidade que vai desde um simples abraço até ao sexo propriamente dito e ao ser arrebentada dá direito a respostas sexuais para quem arrebentou.
                    Em Londrina, no Paraná, uma menina de 13 anos foi forçada a ter relações sexuais com quatro garotos após ter uma pulseira arrebentada. A Justiça proibiu a venda e uso das pulseiras nas escolas da cidade, assim como em outras cidades do interior paranaense, do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul, baseada nos artigos 3º, 4º e 70º do Estatuto da Criança e do Adolescente e também no artigo 227 da Constituição Federal, que colocam como dever de todos – família, sociedade e Estado – a prevenção da ocorrência de ameaça ou violação aos direitos da criança e do adolescente. Há escolas que preferem orientar, ao invés de defender proibição.
                        A semiótica, área do conhecimento que estuda o uso códigos e símbolos nos explica como as invenções humanas e as criações da Natureza fazem sentidos, a partir de um significado estabelecido e convencionado. São exemplos as calças Jeans, os sinais de transito, as cores e os escudos dos times de futebol, os tênis, o anel da castidade, uma nuvem cinza (indicando chuva), uma fruta amarela (madura). As pulseiras coloridas também estão inclusas nesse processo. Baratos e de fácil acesso, esses adereços são códigos inventados por jovens estudantes ingleses, depois se expandiram e caíram no interesse dos jovens brasileiros via internet. Mas a diferença é que são carregados de significados pervertidos, estão causando polêmica e provocando discussões em vários setores da sociedade. Discute-se, por exemplo, que a criança está entrando cada vez mais cedo na questão da sexualidade. O uso das pulseiras pode potencializar isso, ou não. Depende como a criança está sendo orientada e educada, considerando o papel dos pais e professores.  
                     Apesar da forte divulgação do jogo na mídia, principalmente, pela internet, aqui no Brasil muitas crianças e jovens continuam a usar as pulseiras, muitas delas sem ter o conhecimento de tal brincadeira ou até mesmo sem saber o significado de cada pulseira. Aqui em Conceição do Coité as pulseiras também são modas entre jovens estudantes. Acredito que, de forma geral a e objetiva, a maioria usa por vaidade e estética, simplesmente por que ta na moda, pois até agora não se tornou noticioso algum incidente ou problema causado pelo uso da pulseira snap em nossa cidade. Isso significa que não há problema em usá-la, desde que os significados atribuídos às cores do acessório sejam ignorados, ou seja, usam-nas, mas não seguem as regras do jogo dos códigos.   
                     É aconselhável não cair em modismo sem saber o significado do adereço que se usa ou da moda que acompanha. Aceitar padrões sem entender o conceito não parece ser uma boa idéia. Cabe aos pais, diretores e professores debater o assunto abertamente com os alunos e tentar chegar um consenso.  Proibir o uso pode impor uma solução paliativa, ou seja, em médio prazo não vai resolver.
                   Poucos jovens (a minoria) usam como meio de namorar alguém ou por interesse da prática dos jogos sexuais. Mas convenhamos que este “novo método de conquista” (made in England) não é nada romântico, nem convencional. 





HAITI: contextos e cenários

                     Localizado na América Central, o Haiti é banhado ao norte pelo Oceano Atlântico e ao Sul pelo Mar do Caribe. Tem uma extensão territorial de 27.750 km² e o clima tropical predominante. A Republica Dominicana faz fronteira a leste. A língua oficial dos haitianos é o francês. O país tem cerca de nove milhões de habitantes. Mais da metade da população é analfabeta. Cerca de 90% dos haitianos são de ascendência africana. O resto da população é principalmente mulata, de ascendência mista caucasiana-africana. Uma minúscula minoria tem sangue europeu ou levantino. Cerca de dois terços da população vivem em áreas rurais. No campo religioso, o cristianismo predomina. A maioria do povo haitiano é catolico (64%),  boa parte é protestante (23,6%), vodou haitiano tem 5%, sem filiação 5% e outras 2,4%.  
                    Os índices sociais e econômicos mostram que o Haiti é um país miserável: a mortalidade infantil é de quase 50 a cada mil nascidos; em 2007 estava na centésima quadragésima nona (149º) colocação no índice de desenvolvimento humano (IDH); a expectativa de vida é cerca de 60 anos; a renda per capita é um pouco mais de mil dólares, muito baixa. O PIB é formado basicamente do setor de serviços e da agricultura.
                     Antes de reportar acerca da tragédia ocorrida no inicio deste ano, é interessante expor um breve contexto histórico do país.  No ano de 1492, Cristóvão Colombo e os espanhóis chegaram à ilha e ocuparam somente o lado oriental. Quase todos os índios nativos da região foram mortos ou escravizados.   A parte oeste da ilha (atual Haiti) foi cedida à França em 1697, os franceses passaram a cultivar cana-de-açúcar utilizando mão-de-obra escrava africana. Conquistaram sua independência apenas em 1804, e se tornaram a primeira nação negra das Américas. Em 1806, um golpe da elite mulata tomou o poder. Já em 1814 o lado leste da ilha foi retomado pela Espanha. Influenciados pela revolução Francesa, os escravos se rebelaram em 1891. Da segunda metade do século XIX ao começo do século XX, 20 governantes sucederam-se no poder. Desses, 16 foram depostos ou assassinados. Tropas dos Estados Unidos da América ocuparam o Haiti entre 1915 e 1934, sob o pretexto de proteger os interesses norte-americanos no país. Em 1946, foi eleito um presidente negro, Dusmarsais Estimé. Após a derrubada de mais duas administrações governamentais, o médico François Duvalier foi eleito presidente em 1957...
                François Duvalier, conhecido como Papa Doc, apoiado pelos Estados Unidos no contexto da Guerra Fria, instaurou feroz ditadura, baseada no terror policial e na exploração do vodu. Presidente vitalício, a partir de 1964, Duvalier exterminou a oposição e perseguiu a Igreja Católica. Com sua morte em 1971, seu filho Jean-Claude Duvalier, o Baby Doc. assumiu o poder.   Em 1986, com o aumento dos protestos populares ele fugiu para a França. O Padre Aristide tornou-se presidente após as eleições de 1990. Um golpe militar no ano seguinte levou Aristide a ser deposto. Os Estados Unidos e a ONU pressionaram o país para que Aristide voltasse a governa a nação. Em 1994 o Haiti foi ocupado por uma força multinacional, a qual concedeu o poder novamente a Aristide. Após as eleições de 2004, vencida por Aristide, grupos rebeldes começaram um levante armado que se espalhou pelo país, o que fez com que o então presidente renuncia-se ao governo. Imediatamente a ONU aprovou o envio de tropas armadas para o Haiti, na tentativa de restabelecer ordem. Dos oito mil soldados enviados, a maioria é de brasileiros, pois o Brasil foi o país que mais cedeu homens para a missão e foi escolhido para comandar a operação, a qual continua até os dias atuais...
                Em 12 de janeiro de 2010, um terremoto de proporções catastróficas, com magnitude 7.0 na escala de Richter, atingiu o país a aproximadamente 22 quilômetros da capital, Porto Príncipe. Em seguida, foram sentidos na área múltiplos tremores com magnitude em torno de 5.9 graus. O palácio presidencial, várias escolas, hospitais e outras construções ficaram destruídos após o terremoto, estima-se que 80% das construções de Porto Príncipe foram destruídas ou seriamente danificadas. O número de mortos não é conhecido com precisão, embora fontes noticiosas afirmem que pode chegar aos 200 mil, e o número de desabrigados pode chegar aos três milhões. Diversos países disponibilizaram recursos em dinheiro para amenizar o sofrimento do país mais pobre do continente americano. O Brasil mandou alimentos, água,  medicamentos e mais soldados, médicos e bombeiros se juntaram aos militares brasileiros que lá estão em missão de paz.  O então presidente norte americano Barack Obama, afirmara logo após a tragédia geológica, que o povo haitiano não seria esquecido, obrigando a comunidade internacional a refletir sobre a responsabilidade dos países que exploraram e abandonaram o Haiti. Segundo as Nações Unidas, o sismo foi o pior desastre já enfrentado pela organização desde sua criação em 1945.  Entre os milhares de mortos: 18 militares e dois civis brasileiros, dos quais estava Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança no Brasil.  
                 Os cenários de destruição, desespero e devastação estão instalados no Haiti. A população está assustada. O resultado do terremoto causou impactos equivalentes a 15 dias de combate de guerra armada. Na esperança de encontrar sobreviventes em baixo dos entulhos, civis escavam com as próprias mãos. O país miserável, quando começava a se organizar social e politicamente, sofreu uma catástrofe geológica sem precedentes, que certamente acentuará os problemas sociais existentes. O mundo está sensibilizado em ajudar os sobreviventes, com mantimentos e recursos básicos. Muitas crianças haitianas que perderam suas famílias na tragédia estão sendo adotadas, inclusive por brasileiros. Já se articula uma união de países para realizar a reconstrução do Haiti...
                As nações do todo globo se juntam para ajudar o Haiti. É uma medida bastante plausível e essencialmente humana. Mas as ações solidárias aos paises pobres (a maioria de população negra descendentes de escravos) por parte das grandes potências, poderiam ser feitas não apenas quando ocorressem tragédias ou guerras, pois alguns países ricos cresceram economicamente, no passado recente, explorando a mão de obra escrava. Por Tanto têm um déficit histórico com as nações miseráveis e exploradas.


COP 15: o ideal capitalista e a conveniência política prevaleceram


                   A ONU promoveu em Copenhague, na Dinamarca, a COP 15, XV Conferência Mundial sobre o Clima, reunindo lideres de 192 países. O Objetivo primordial do evento é estabelecer medidas de redução de emissão de gás carbônico, com o intuito de amenizar o aquecimento global e também substituir o texto do Protocolo de Kyoto, válido até 2012.
                  Durante 12 dias de Conferencia, entre uma plenária e outra, houve conflitos de idéias e propostas divergentes quanto ao acordo de redução CO2, gás provocador do efeito estufa, liberado por queima de carvão e de combustíveis fósseis. As grandes potências, por conveniência econômica e política, sugerem uma redução de 20% até 2020. Mas os cientistas asseguram que seria necessário, no mínimo, 25 % menos gás carbônico na atmosfera. Os paises pobres e emergentes cobraram maior empenho dos paises ricos, uma vez que são os maiores poluidores, logo têm maior responsabilidade pelo desequilibro ambiental do planeta. Países baixos, que podem sofrer mais com o aumento dos níveis dos oceanos, querem um limite mais rígido, de 1,5 grau centígrado como meta até 2050. As temperaturas já subiram metade disso somente no último século, segundo o painel climático da ONU.  
                 Os grupos sociais que foram até Copenhague sentiram na pele as dificuldades, com restrição à entrada no local onde aconteciam as reuniões e com truculência policial, que invocou a lei antiterror durante a COP. Diversos ativistas foram detidos. Alguns continuam presos. A realização da Conferencia tem colaboração relevante da sociedade civil que pressionou e cobrou das autoridades medidas de preservação do meio ambiente e controle do aquecimento global.
               O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, em discurso no último dia da Conferência , que o Brasil está disposto a contribuir para o fundo de apoio a países pobres destinado a auxiliá-los a reduzir os efeitos do aquecimento global e controlar suas emissões: "Estamos dispostos a ajudar no financiamento, se nós nos colocarmos de acordo em uma proposta final aqui. Agora, o que não estamos de acordo é que as pessoas mais importantes do planeta assinem um documento só para dizer que assinamos", comentou decepcionado. o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, criticou o acordo: "O resultado foi um dos dias mais tristes da minha vida", disse, atacando os Estados Unidos e a direção dinamarquesa da Cúpula. Já o presidente norte-americano Barack Obama cobrou no seu discurso mais ação dos países em desenvolvimento. "Os países em desenvolvimento não querem se comprometer tanto no acordo, o que não compreendo. Há países que acham que os países ricos devem assumir a maior parte da responsabilidade. Eu acho que todos devem se comprometer e agir de uma forma unida para enfrentar esta ameaça real".  A postura de Barack Obama mostra que o loby politico e economico no país de Tio Sam ainda é muito forte e influente. O presidente norte-americano disse que os países devem aceitar um novo acordo climático global, mesmo que seja imperfeito. Caso contrário, advertiu ele, o mundo correrá o risco de criar perigosas divisões no combate às mudanças climáticas. Obama causou frustração ao sair da cupula antes do  encerramento, sobretudo por apresentar um plano pouco convincente para diminuir a poluição, sob o pretexto de não compremeter empregos e nem conter a recupeção das empresas após a crise da economia mundial. Aliás, parte destas empresas adotaram o discurso de “ecologicamente correta” e de preservação ambiental como estratégia de marketing...

             Os mares estão subindo, as temperaturas globais aumentam a cada ano, cresce o número de áreas desérticas, tempestades, secas e enchentes, são evidências de que o aquecimento global é um problema real, à medida que se percebe essas mudanças do clima em todo o mundo, resultado da poluição, conseqüência da intervenção do homem sobre a natureza, desde a Revolução Industrial, até os dias atuais, em nome do “progresso” e do interesse econômico das grandes empresas. O desequilíbrio ambiental, certamente vai afetar mais os paises pobres e aumentar os problemas sociais existentes, conseqüentes do processo histórico e do sistema político-econômico predominante.
          Apesar de sinalizar avanços como o incentivo para preservação de florestas e investimentos que estabelecem um total de US$ 10 bilhões entre 2010 e 2012 para que os países mais vulneráveis façam frente aos efeitos da mudança climática, e US$ 100 bilhões anuais a partir de 2020 para a mitigação e adaptação, a maior Conferencia climática da história terminou em decepção, em fiasco, abaixo das expectativas. A COP15 mostrou que o poder da ONU é bastante limitado, sobretudo que o ideal capitalista e a conveniência política prevaleceram, suplantando o ideal de preservação ambiental e equilíbrio climático, fundamental para assegurar a sobrevivência das gerações futuras.  








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