segunda-feira, setembro 09, 2013 -
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A quem (não) interessa os médicos estrangeiros?
Quando o Ministério da Saúde anunciou que o Brasil estaria 'exportando' médicos estrangeiros, em sua maioria cubanos, pelo Programa Mais Médicos, para atuar no interior do país, onde há uma maior demanda de profissionais de saúde, muitos médicos brasileiros, representados pelo CFM - Conselho Federal de Medicina - e a mídia burguesa-direita , viram a ideia com aversão, sob a alegação de que seria um desrespeito aos médicos brasileiros, tecendo criticas ao procedimento do programa.
Os primeiros estrangeiros começaram a chegar em agosto para o curso preparatório.Cerca de 400 médicos espanhóis, portugueses e cubanos, desembarcaram em solo tupiniquim, para atender em 700 cidades ( a maioria do Norte-nordeste), carentes de profissionais de saúde, nas quais os brasileiros não optaram em trabalhar, seja pela acessibilidade ou pela falta de estrutura ideal, ou meramente por razão capitalista.
Foto: Jarbas Oliveira |
A medicina cubana é referencia mundial, se fundamenta na prevenção, ou seja, recomenda-se pouco medicamento, sustenta-se no ideal de que prevenir é melhor que remediar. A mortalidade infantil em Cuba é menor do que nos Estados Unidos. Outro detalhe, no Brasil, os médicos formados em Cuba foram os campeões de aprovação no Revalida nos anos de 2011 e 2012 (Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos). Pois bem, a quem interessa a vinda deste médicos estrangeiros, majoritariamente cubanos? Aos laboratórios multinacionais que produzem os medicamentos receitados diariamente? Às pessoas de classe média-alta que podem pagar planos e atendimentos privados? À mídia politicamente tendenciosa? Não. Não mesmo.
Interessa à população carente, periférica do interior do país. Interessa a quem viaja centenas de quilômetros para ter atendimento adequado. Interessa aos menos favorecidos economicamente. É uma demanda social. Os cubanos, espanhóis, portugueses não estão ocupando postos de brasileiros. Vão onde os brasileiros não querem ir, e estão bem dispostos, numa demonstração de vocação e amor à profissão, como disse o cubano vaiado e chamado de escravo, Juan Delgado: "Estamos com vontade de começar logo a trabalhar e atender a população. Seremos escravos da saúde, dos pacientes doentes, de quem estaremos ao lado todo o tempo necessário", afirmou.
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