quinta-feira, 14 de junho de 2012

quinta-feira, junho 14, 2012 - No comments

Chegou a hora de deixar o futuro entrar


O camarada Lenin escreveu um artigo – dividido em VI partes - chamado “A crise amadureceu”. Nesse artigo ele faz uma análise de como o momento é propício para o acontecimento da Revolução. O ponto máximo desse artigo, para mim, encontra-se no capítulo VI, escrito no dia 29 de Setembro de 1917. Nesse capítulo, Lenin após ter escrito sobre as circunstâncias que aconteceram pra que a mudança agora fosse possível/necessária, começa dizendo: O que, então, se deve fazer?
Ora, vamos falar de Coité.
A cidade, ao contrário do que dizem, não está bem. O Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM) é prova. Dos 417 municípios da Bahia, Coité ocupa, em matéria de desenvolvimento, a 206ª posição e num total de 5.565 municípios no Brasil, a cidade ocupa o 4896º. Coité aparece rastejando, agonizando, quando o assunto é saúde (0,60), geração e emprego e renda (0,35) e Educação (0,59). 
Conceição do Coité tem sido motivo de aparições na televisão brasileira sempre por motivos nada nobres (salvo a aparição do grupo de Orquestra Sto. Antônio – que não tem nada a ver o grupo que administra a cidade!): apareceu no Jornal Nacional com a matéria sobre o precário serviço de transporte de passageiros doentes para serem atendidos em outras cidades. Apareceu em um programa da TV Aratu sobre o abandono da escola municipal da Ladeira. Recentemente apareceu, também na TV Aratu, com a sujeira do Matadouro e, na próxima segunda (18/06) aparecerá no programa CQC (Custe o que custar) da Band, com o caso do Matadouro e do Lixão na cidade. A cidade está parada, sem desenvolvimento. 
O prefeito diz que trabalha... mas vamos lá: faz os calçamentos das ruas, mas não implanta as redes subterrâneas antes da pavimentação – sem contar que as ruas estão sendo calçadas, mas quem passeia são os animais que estão soltos na cidade trazendo o risco de doenças e acidentes. O prefeito constrói praças, mas não incentiva a cultura para que as praças possam ser usadas como espaço para apresentações, por exemplo, de artistas da cidade – sem contar que os animais – na maioria cavalos – também passeiam por essas praças. E eu nem vou falar da Claryan, empresa que, sem o registro do CREA ,fazia obras na cidade... São vários problemas e se eu for escrever tudo aqui a gente não acaba hoje...
E Lenin? Lenin escreveu após fazer a pergunta “o que fazer?”: “Devemos aussprechen was ist! – Devemos apresentar os fatos!” Apresentar os fatos, foi isso que fizemos acima de forma bem resumida. Conceição do Coité se acostumou a ser a mesma cidade morna de sempre, sem perspectiva e sem criatividade. Coité precisa ser renovada, recriada, revivida. Coité precisa de sangue novo correndo por suas veias.
E Lenin, nesse seu artigo, usa, com preocupação, a palavra “esperar”. Ele reclama que havia entre o pessoal do CC (Comitê Central) a ideia de que era preciso esperar o momento certo para que o poder fosse tomado. Esperar pode ser um problema sério. Entendo que alguém pode usar o argumento teológico do Kairós – como Tillich (que era Hegeliano!) para falar de “um momento propício” para se realizar algo, mas nenhum momento propício cai do céu. Os momentos propícios não surgem simplesmente. Os momentos propícios são construídos e nascem a partir das ações coletivas do povo. É no útero da classe oprimida que as mudanças são gestadas. E em Coité, chegou a hora do parto! Em Coité já esperamos demais. Tal como o povo de Israel, estamos preso no Egito há 40 anos. Chegou a hora de derrubar o faraó!
Não temos mais nada para esperar. Não temos o que esperar. Chegou o ano em que daremos um novo rumo às nossas vidas e à nossa cidade. Chegou a hora de virar as costas para esses que querem manter as coisas como estão, pois do jeito que estão está bom pra eles... 
O Kairós – o momento certo – já bateu à nossa porta faz tempo, mas a gente não abriu. É em Outubro de 2012 que daremos uma chance para que uma nova realidade se apresente para nós. Se 2012 é o fim do mundo, que seja do mundo político dessa família e grupo que saqueia o desenvolvimento da nossa cidade há 40 anos.
Não vamos mais esperar pelo futuro. O futuro já chegou e quer entrar em nossa vida. Esperar e adiar pode ser fatal. Como disse Lenin “Estou profundamente convencido de que, se esperarmos e deixarmos passar agora o momento, arruinaremos a revolução”.
Chegou a hora de gritarmos, todos juntos:
SEJA BEM VINDO, FUTURO! SEJA BEM VINDO, PARTIDO DOS TRABALHADORES DE CONCEIÇÃO DO COITÉ!

sexta-feira, 8 de junho de 2012

sexta-feira, junho 08, 2012 - No comments

Oligarquia em Coité: O Poder dos 03 “erres” (Rios, Ramos e Resedá)

Segundo o Dicionário Aurélio, Oligarquia significa: 1. “Governo de poucas pessoas, pertencentes ao mesmo partido, classe ou família; 2. fig. prepoderância de uma facção, ou dum grupo na direção dos negócios públicos.”

Nos últimos quarenta anos da história política de Conceição do Coité, uma trinca de famílias tem influenciado o rumo das decisões políticas de nossa cidade: Os Rios, os Ramos e os Resedá.
Os Rios, capitaneados pelo líder político Hamilton Rios de Araújo (prefeito por 02 vezes) e seu sobrinho Éverton Rios (Vertinho), que foi prefeito por três ocasiões, além do atual deputado estadual Tom Araújo, que é filho de Hamilton Rios e também já foi prefeito. Os Ramos, tem atualmente 02 vereadores que representam a família e ainda o vice Prefeito, Deraldo Ramos. Os Resedá, tem Emério Resedá como maior nome, pois já foi eleito por cinco mandatos para deputado estadual, sendo que seu pai, Evódio Resedá foi prefeito interino entre 1980/1981.
O poder de influência dessas famílias no eleitorado é espantoso. A união entre elas também. Essas famílias só não se uniram na eleição de 2000, quando foi formalizada uma chapa entre Robson e Resedá (advogado) contra Tom. Mas já em 2004, os Rios e os Resedá voltaram a se unir. 
Os membros “sangue azul” dessas famílias arrotam pela cidade que podem mudar o rumo de uma eleição. E podem mesmo. Usam do clientelismo  e do fisiologismo como loby para amealhar votos, além do tráfico de influência. Além, é claro, de serviços prestados a população, já que tem a máquina pública a seu favor.
A mais poderosa é a família Rios, porque teve 06 mandatos de prefeito nesse período. Os Resedá e os Ramos ficam sempre a reboque do mandonismo dos Rios. É bem verdade que os Ramos conseguiram emplacar Walter Ramos como prefeito, mas isso foi na década de 80, hoje eles dificilmente romperíam com os Rios. Os Resedá ainda tentaram romper com os Rios em 2004 mas não conseguiram venvcer as eleições, voltando a se aliar com eles novamente em 2008.
No cenário político atual, algumas pessoas acham possível que essas famílias possam tomar caminhos opostos nessa eleição de Outubro. Pessoalmente acho muito difícil.
Mas para qualquer candidato que queira vencer as eleições em 2012, o apoio dessas famílias é fundamental, para o bem ou para o mal. O ideal seria termos uma população politizada que não fosse massa de manobra dessas famílias, e que votasse com a consciencia limpa, sem pressão, nem coronelismo. Mas a realidade é outra….
 
Por: Robenilton Pinto Carneiro (historiador, formado pela UNEB-Campus XIV)